terça-feira, 30 de março de 2010

Agosto Folk

Festival Irmandinho


O Festival Irmandiño é um projecto que nasceu em 1980 como resposta à necessidade de projectar-nos como povo com história própria, como herdeiros de uns galegos e galegas que, ali pelo século XV, se rebelaram contra o poder estabelecido, contra uma situação social de opresión, abuso e miséria.
Os vizinhos e vizinhas de Moeche desejavam naqueles primeiros anos de democracia contribuir, desde a cultura e a história a que Galiza tivesse voz própria, como teve noutros séculos. Deste modo o festival converteu-se em seguida num referente cultural singular no país.
À vez, esses primeiros organizadores tinham outro motivo mais tanxíbel e mais próximo, conseguir que o castelo de Moeche não se deteriorasse mais e se mantivesse como símbolo da câmara municipal e da nossa história. Hoje em dia, este objectivo está-se a cumprir graças à constancia e entrega de muita gente implicada com esta câmara municipal e com este país.
A manifestação artística própria do Irmandiño é a música folk, que nos anos 80 era um dos símbolos reivindicativos da Galiza. Mas também houve espaço para outras artes: teatro, artesanato, etnografía, pintura, artesanato, música coral, desenho (concurso de cartazes), investigação, (Prêmio de investigação histórica), etc
Para todas as pessoas que ao longo do tempo estiveram ligadas ao festival de algum modo uma das características é a capacidade de aglutinar gentes de todas as idades, desde crianças a velhos, e de diferentes lugares.
A transmissão interxeracional é um rasgo do Irmandiño junto com o feito de ser uma festa aberta; desde o primeiro ano os vizinhos e vizinhas de Moeche não estiveram sós já que o festival é fruto do trabalho de muitas pessoas ligadas afectivamente a Moeche. O relevo na organização vai passando de mãos em mãos, mesmo de geração em geração; os que deitaram a andar os primeiros Festivais continuam vecellados e assim hoje, 28 anos depois, participam homens e mulheres que sobrepasan os 70, e inclusive os 80, com pequenos e pequenas de curta idade.
Não podemos deixar de mencionar a esse público fiel que ano após ano nos visita, jovens e jovens que acodem sem falta à cita do Irmandiño e sem eles o festival não seria o mesmo.
O inicial espírito reivindicativo da nossa existência como povo com cultura e língua de seu assim coma da nossa consciência social, especialmente nestes tempos de vertigem e uniformización, deve seguir vivo nas próximas edições e assim se veio plasmando especialmente nos diferentes pregões da mão do poeta Manuel María, o artista Xurxo Souto, os poetas Rafa Villar e Alfonso Venancio ou o escritor Sechu Sende.
Só resta desejar que o Festival Irmandiño siga sendo uma expressão da cultura como sinal de afirmação colectiva, expressão de uma tradição da que todos e todas devemos aprender para construirmos o futuro da nossa Terra.

Grupos:

- Saraibas&Balakandra
- Bellón&Maceiras
-Lamatumbá
- Mallacán


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